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22 de mai. de 2009

HQ - Capote no Kansas - Parks, Samnee




Sinopse: Quando já se tornara um escritor famoso e reconhecido de Nova York, Truman Capote decidiu mudar a história da literatura e do jornalismo. Um novo conceito transitava em sua cabeça: o do romance de não-ficção.

A decisão de partir para a empreitada foi tomada quando Capote ouviu falar de um crime hediondo realizado em Holcomb, no Kansas: a família Clutter fora chacinada em plena calmaria do campo norte-americano.

O escritor deixou Nova York e entrou em uma jornada que levou seis anos até que seu livro, A Sangue Frio, foi publicado, relacionando-se não só com a comunidade local, mas também com a vida dos mortos e com os dois assassinos.

(retirado de Universo HQ)

10 de mai. de 2009

HQ - Sandman: Orpheus - Neil Gaiman



Download da Obra

"A Lenda de Orpheus já foi contada na forma de história, canção e poema através de incontáveis gerações. Foi narrada como um conto de bravura, como uma lição sobre os perigos do orgulho, como uma ode à juventude e aos amores perdidos antes do tempo. 

Mas ela jamais foi contada desta maneira.

Aqui está, então, a história do filho único de Sandman: Orpheus, o rebento dos Perpétuos."

Sandman: Orpheus, introdução

5 de mai. de 2009

HQ - Watchmen - Moore, Gibbons


Download - 1 arquivo - 12 Volumes

Em 1985, a DC Comics, editora de HQs protagonizadas por Superman, Batman e Mulher-Maravilha, entre outros heróis, planejava lançar uma história com os personagens da extinta editora Charlton Comics. Para a missão, chamou o roteirista britânico Alan Moore. Ele já havia conseguido, graças a certa liberdade editorial, transformar o Monstro do Pântano, um personagem de segunda linha, em um grande sucesso e parecia ser a pessoa mais indicada para a missão.

Semanas depois, Moore apresentou sua idéia de roteiro, que explorava o impacto de heróis e super-heróis em um mundo realista, chamando-a de ‘Watchmen’ (vigilantes), inspirado na frase do filósofo romano Juvenal, “ quis custodiet ipsos custodes” (“Quem vigia os vigilantes?”).

O clima dark proposto pelo inglês de visual hippie e olhar amalucado assustou os editores da DC, que tinham outros planos para os personagens recém-adquiridos. Assim Moore alterou seus nomes e criou uma minissérie alternativa de 12 edições entre 1986 e 1987. Nela, os Estados Unidos da década de 40 possuem pessoas que se vestem de heróis - apesar de não possuírem nenhum poder - e saem à caça de bandidos e malfeitores. Somente nos anos 1950 surge o primeiro (e único) super-herói de fato: o Dr. Manhattan. O homem radioativo, que circula nu com seu corpo azulado fosforescente, leva os americanos à vitória no Vietnam e o presidente Richard Nixon a sucessivas reeleições. Em 1985, às vésperas de uma guerra nuclear com a União Soviética, os antigos heróis, obrigados a se aposentar por um decreto de 1977 aprovado pelo Senado, começam a ser mortos e a sofrerem atentados. Um antigo membro do grupo Watchmen (de um total de seis), o proscrito Rorschach, passa a investigar esses eventos, o que o levará a descobrir algo tenebroso por trás de tudo.

‘Watchmen’ ganhou vários prêmios Eisner (o Oscar dos quadrinhos) e foi a primeira HQ a levar um Hugo, a premiação máxima de ficção científica que, até então, era reservada somente à literatura tradicional.

Com essa carreira promissora, a HQ transformou-se em um fenômeno da cultura pop a ponto de a revista ‘Time’ elegê-la um dos 100 romances mais importantes do século 20. Versá-la para a telona era apenas uma questão de tempo. Mas a complexidade de seu roteiro adiou o desejo dos fãs de vê-la em película por mais de duas décadas.

A exemplo de outras obras do roteirista britânico, Watchmen não se restringe à grandiosidade que foi propor uma nova leitura para os heróis. Se a idéia era fazer uma história contemporânea, Moore e Gibbons levaram o plano a complexidades nunca antes vistas.

A história trata de modo sério e crítico alguns problemas político-sociais e assuntos ainda hoje obscuros para grande parte da população mundial (relatividade, sistemas caóticos, teoria de fractais, metafísica, componentes subatômicos etc.). Tudo foi harmonicamente colocado como parte da história, tanto no roteiro, quanto nos desenhos.

Usando temas complexos de física avançada, fica difícil tachar as HQs de "gênero menor de literatura" ou "leitura para crianças"... Não é à toa que esta série ainda hoje é recomendada por fãs a pessoas que têm um contato esporádico com os quadrinhos. E isso é um erro, pois quem não é leitor pode até gostar da série, mas sem o conhecimento prévio do universo dos gibis e, sobretudo dos super-heróis, a obra perde em compreensão.

O próprio Alan Moore criou excelentes histórias de super-heróis baseadas nos velhos moldes, usando o Super-Homem, Supremo e, mais recentemente, Tom Strong.

Com isso, o escritor inglês mostrou que o problema do declínio dos super-heróis não era o estilo dos personagens, mas a qualidade dos escritores. Usando os mais antigos clichês do gênero, Moore, de forma genial, criou algumas das melhores histórias de todos os tempos. Infelizmente, o dano já havia sido feito.

Watchmen pode ser encarada, com um pouco de boa vontade, como uma ficção científica, que tem mais de 15 anos, mas que ainda hoje trata de temas atuais e traz incluída em seu bojo uma tremenda dose de crítica social, encoberta por simbolismos.

Outra coisa interessante na obra é que a mesma ação é contada sob diversos pontos de vista. Um excelente exercício de metalinguagem, pois cada personagem percebe o entorno sócio-ambiental de forma distinta, e Moore mostra essas diferentes percepções. Assim, numa ação com vários super-heróis, cada um recorda a ação com níveis de detalhamento e perspectivas distintas; e a somatória disso tudo, aliado à percepção única do leitor, vai, aos poucos permitindo o entendimento do que realmente se passou.

Watchmen é uma das maiores HQs de todos os tempos. Recomendação máxima. Vale a pena procurá-la nos sebos. A série, entretanto, tem uma peculiaridade: precisa ser lida várias vezes, o que, acredite, é uma atividade extremamente prazerosa.

(retirado e editado de Terra, Wikipédia, Universo HQ)





PS. Ainda não vi o filme. Na verdade, meu interesse é mínimo em assistir. Depois do fiasco que fizeram com o Wolwerine, o cinema caiu muito em meu conceito.

28 de abr. de 2009

HQ - WE3 - Grant Morrison e Frank Quitely




O escritor Grant Morrison e o artista Frank Quitely contam a inesquecível história de três inocentes animais domésticos - um cão, um gato e um coelho - a qual foram convertidos em ciborgues mortais por um sinistro programa de armas militar.

(Traduzido livremente por mim em 28-04-09 de Vertigo)

9 de abr. de 2009

HQ - A Sombra das Torres Ausentes - Art Spiegelman



Sinopse: Art Spiegelman, o único artista a ganhar um prêmio Pulitzer com uma história em quadrinhos (a espetacular Maus), volta a produzir um livro em forma de HQ, para tentar retratar o que se passou com os estadunidenses após os atentados de 11 de setembro de 2001, que mataram mais de três mil pessoas.

Bem diferente da imensa maioria dos cidadãos dos Estados Unidos, Spiegelman faz uma crítica contundente a George W. Bush e seu modelo de governo, e também à xenofobia que tomou conta das pessoas, em relação a outros povos.

(retirado e editado de Universo HQ)

7 de abr. de 2009

HQ - Fagin, O Judeu - Will Eisner





Sinopse: Personagem-chave de Charles Dickens, Fagin é um judeu que vive na Inglaterra do século XIX. Nascido pobre, passa por dificuldades a vida toda até se envolver com um jovem chamado Oliver Twist.

Review por Eduardo Nasi: 

Quem tem direito de corrigir um clássico? Essa pergunta tem sido repetida à exaustão nos Estados Unidos nos últimos vinte e poucos anos. De um lado, defensores de minorias, que conseguiram expurgar do currículo escolar peças de William Shakespeare que continham insinuações racistas. De outro, intelectuais como o crítico literário Harold Bloom, que perguntava que tipo de idiota poderia pensar em proibir jovens de lerem o autor de Romeu e Julieta, Rei Lear e tantas outras.

Em tese, bastaria um professor dizer que preconceito era errado e que tinha sido escrito em uma época com outro contexto, servindo até mesmo para dizer que a humanidade já errou uma vez ao aceitar o preconceito. Os dois lados, claro, não chegaram a um consenso.

E, pouco antes de morrer, um cânone dos quadrinhos resolveu entrar na briga. Will Eisner, criador do Spirit, do termo graphic novel e de algumas das melhores HQs de que se tem notícia, resolveu justificar a sem-vergonhice de um velho personagem de Charles Dickens.

Dickens é um dos grandes romancistas ingleses. Sua obra é grandiosa e encantadora. Oliver Twist, história de um jovem herdeiro que sofre os diabos nas mãos de um judeu ladrão chamado Fagin, é um de seus romances mais conhecidos e amados pelo público. A princípio, dispensa defesa.

O Fagin de Dickens, criado dois séculos antes da onda politicamente correta, é um judeu caricato e estereotipado. Não só ele: naquela época, judeus no mundo inteiro eram tidos como uma desgraça. Pra começo de conversa, tinham mandado matar Jesus Cristo.

Para Eisner, Fagin é um paradigma do preconceito e um fator difusor da sórdida visão que se tinha dos judeus. Refletiria até os dias de hoje. E então o autor de Spirit resolveu, se não consertá-lo, dar-lhe um passado de maus tratos que justificaria os crimes da maturidade.

Na pior das hipóteses, seguindo a linha de Bloom (por sinal, judeu), o enredo de Eisner é uma grandessíssima bobagem. Na melhor, não passa de um exercício de criação tolo, que virou uma bela trama, até porque o autor foi um contador de histórias inigualável. Mas culpar Rebecca Lopez pela desgraceira de Fagin e, de lambujem, de Oliver Twist, já é forçar um tanto a barra.

Fagin é, sim, um personagem que reflete seu tempo. Não apenas socialmente, como produto do contexto londrino, mas também de uma época em que não se tinha problema em ser preconceituoso. Seu retrato tenebroso, compartilhado até mesmo com exemplos que Eisner apresenta em um posfácio, é um símbolo de uma época que se torce para que não volte mais.

Lido deixando de lado apegos a paixões literárias, Fagin, o Judeu, é uma das mais extensas das obras recentes de Eisner. Também é a que mais se aproxima literariamente de um romance - fazendo um paralelo, o velho mestre vinha privilegiando os contos. Tem um desenho soberbo, em que a textura do papel aparece na pintura da impressão. A edição da Companhia das Letras, como sempre, é impecável, bem como a deliciosa tradução de André Conti.

(retirado de Universo HQ)

4 de abr. de 2009

HQ - Um Sinal do Espaço - Will Eisner




Sinopse: Em plena guerra fria, um observatório de radioastronomia estadunidense recebe um sinal de rádio do espaço. Nele, descobre-se uma seqüência de números primos.

A partir de então, têm início várias intrigas políticas, pessoais e morais.

(retirado de Universo HQ em 04/04/2009)

Minha obra preferida Eisner. O enredo mais encantador e denso que encontrei deste autor, sem sombra de dúvida, um mestre, um gênio. Deguste-a!

3 de abr. de 2009

HQ - O Nome do Jogo - Will Eisner



Sinopse: Três famílias de imigrantes judeus, os Arnheim, os Ober e os Kayn, todos descendentes, lutam por status e poder, sempre ancorados em casamentos arranjados.

Enquanto o rico busca assegurar o futuro da família por meio do casamento e de herdeiros; os menos afortunados o utilizam para obter riqueza e posição social.

O personagem central da trama é Conrad Arnheim, o herdeiro rude, mulherengo e egoísta do bem-sucedido negócio de vestuários da sua família.

As mulheres que suportaram estar casadas com ele tiveram entrada garantida no mundo da rica sociedade de Manhattan, mas a que preço?

Review: Criador do Spirit, inventor do termo graphic novel, mestre da arte seqüencial. Estas são apenas algumas formas usadas para definir Will Eisner. Mas nenhuma delas consegue contemplar a dimensão de seu talento.

O Nome do Jogo é prova disso. A história mostra as muitas degenerações do "Sonho Americano" e como o casamento é utilizado, há muito tempo, para obtenção de vantagens sociais.

À primeira vista, você pode pensar que, por tratar-se de um tema "batido", a história seja enfadonha. Errado! E é justamente nesse aspecto que Eisner mostra por que é diferente, genial. Ele consegue manter o leitor preso às páginas, afoito para saber como será o desfecho da trama. E um livro 176 páginas é "devorado" em menos de uma hora!

Qual a receita? Will Eisner sabe como pouquíssimos retratar, nos quadrinhos, a vida comum. É um autor que trabalha bem demais a emoção dos personagens, o que acaba envolvendo o leitor na trama. Parece simples, mas se fosse fácil copiar o que ele faz, já teriam surgido vários na sua trilha.

Aos 86 anos, o "pai" do Spirit continua atualíssimo, produzindo e cada vez mais idolatrado, especialmente pelos grandes nomes dos quadrinhos. Não há prova maior de reverência!

Sua narrativa, a forma como a história flui por seus quadrinhos, é algo ímpar. Há artistas "top" do mercado que nem sequer passam perto da ousadia que Eisner adota na diagramação e nas "tomadas de câmera" de suas cenas.

Assim, o leitor vai sendo conduzido pela trama de O Nome do Jogo. Há momentos, em que se quer esganar Conrad Arnheim, por causa de suas falcatruas. Em outros, no entanto, é inevitável sentir pena do personagem, devido às agruras que a vida lhe impôs.

O álbum é um retrato fiel - e cruel - de como o casamento é utilizado como ferramenta de ascensão social. E, apesar de a história começar em 1900, não é difícil enxergá-la nos dias que correm.

A edição da Devir está caprichadíssima, com destaque para a impressão em sépia (dá um tom clássico à arte) e ao verniz em alguns pontos da capa. Apenas um erro de digitação, na página 87, na frase "... e vou contunuar sendo". Claro, o verbo é continuar.

(retirado de Universo HQ em 03/02/2009)

HQ - A Casa do Fim do Mundo - Corben, Revelstroke





A CASA SOBRE O ABISMO, como a obra é chamada nas raras traduções para o português, foi escrita em 1908 pelo britânico Willian Hope Hodgson. Embora não seja tão conhecida como outras obras, serve de influência para todos os autores do gênero, seja pelo texto intenso e bem escrito, pelo horror realmente perturbador que traz ou pela estética inovadora, que mantém a obra bastante atual ainda nos dias de hoje.

Nos Quadrinhos (brasileiros), a obra foi chamada de A CASA DO FIM DO MUNDO, um título bem apropriado para a abordagem da obra nas graphic novels. Adaptar os escritos de Hodgson ficou a cargo de Simon Revelstroke, e seu roteiro ganhou belos traços em preto & branco do desenhista Richard Corben. O nome de Corben, inclusive, figura na parte superior da capa do encadernado, e com justiça: o traço de Corben, apresentando um hiper-detalhismo impressionante, abusa dos fundos pretos e climatiza a história de maneira angustiante, sufocante e pessimista, mas sem nunca tirar a força do protagonista, Lorde Byron Gault. Impossível imaginar alguém mais apropriado para a empreitada.

Mas que a importância de Revelstroke não seja diminuída! O roteirista dá uma abordagem bastante interessante à história, que começa com dois estudantes viajando por vilarejos da Irlanda, se metendo em confusão e fugindo de uma turba enraivecida, para então se embrenharem na mata e acabarem nas ruínas de uma velha mansão e encontrarem o diário de Lorde Gault. Pela leitura desse diário é que se projeta a história que, embora tenha um final diferente do livro, ainda assim é surpreendente.

Uma (feliz) curiosidade deste marco da Arte Seqüencial é a introdução, que foi escrita pelo renomado quadrinista Alan Moore. Moore, que há anos havia cortado relações com a DC Comics, aceitou escrever um texto de abertura (que por si só vale a compra: leiam antes de ir para os Quadrinhos!) por ser fã tanto do livro (e de Hodgson) quanto de Corben e Revelstroke e dos trabalhos que fizeram juntos. No Brasil, A CASA DO FIM DO MUNDO foi publicada pela Editora Opera Graphica.

(retirado e parcialmente editado de HQ STL em 03/04/2009)

2 de abr. de 2009

HQ - Sundiata, o Leão de Mali - Will Eisner





Sinopse: Quando o terrível Sumanguru poupou da morte o pequeno príncipe coxo, dizimando o resto do Mali e instaurando um reinado de trevas, não podia imaginar que, anos mais tarde, aquela criança se tornaria um bravo guerreiro. O valente Sundiata será o único homem capaz de liderar um exército para enfrentar as forças do mal e erguer uma nação pacífica.

Embora muito se compare a linguagem dos quadrinhos à do cinema, Sundiata está mais para teatro épico (perfeitamente condizente com a natureza da história em questão). Por ser uma obra voltada para o público infantil e uma lenda antiga, não espere profundas análises introspectivas.

Num reforço ao caráter teatral da obra, há "interpretações" tão precisas dos personagens que é possível entender o essencial só de ler as figuras, descartando as palavras. Essa capacidade de contar histórias através de "imagens pictóricas e outras justapostas em seqüência deliberada" (como define os quadrinhos Scott McCloud, de Desvendando os Quadrinhos, deixando claro que as palavras não são, nem nunca foram, indispensáveis a essa arte, não sendo ela, portanto, um subgênero literário), aliada a uma impecabilidade no trato com a forma, faz de Eisner o "profeta" dos quadrinistas.

A história opõe elementos chaves do gênero humano (com o maniqueísmo que esse tipo de lenda demanda), como arrogância e humildade, tirania e liderança e outros. A personalidade dos antagonistas fica patente por suas feições e expressões, sendo o mocinho o de semblante calmo e traços leves e harmônicos.

Isso não é um defeito, claro. É apenas um modo simples (e deveras eficaz) de apresentar já de início as personagens e suas intenções aos leitores mais jovens, que são o público original. E obviamente não impede que um pai ou irmão mais velho, interessados em quadrinhos, venham a ser introduzidos ao trabalho de Eisner.

(retirado de Universo HQ em 02/04/2009)

HQ - O Último Cavaleiro Andante - Will Eisner





Don Quixote de La Mancha é um dos clássicos da literatura universal. Lançado em 1605 pelo lendário Miguel de Cervantes, o livro já encantou várias gerações em diversos cantos do planeta e muitos já discorreram sobre seu conteúdo. Do russo Dostoievski ao brasileiro Machado de Assis, centenas de escritores disseram ser esta uma das obras mais importantes já escritas.

Will Eisner dedicou grande parte da sua vida a outro gênero de arte, os quadrinhos. O consagrado mestre da arte seqüencial realizou um esforço inestimável para alçar as HQs ao patamar das "grandes artes", algo que não foi em vão.

Nesta obra, Eisner faz uma releitura de um dos cânones da literatura. E quando ele encontra Cervantes, Quixote descobre a nona arte.

Obviamente, não é possível transpor nas 32 páginas do gibi toda a grandeza espalhada pelas centenas de laudas do romance. Como Eisner sabia disso, se agarrou a um único propósito: transpor o espírito quixotiano para os quadros de sua obra. Para tanto, utiliza desenhos de grande expressividade aliados a uma narrativa ágil.

Os cenários desenhados fazem jus aos narrados no livro, mas é na configuração das personagens - seus rostos bem delineados, as emoções aparentes nos olhos e a irretocável anatomia - que Eisner traduz o sentimento que permeia a aventura original.

O escritor e desenhista percebeu que não adiantava focar a atenção na história em si, uma vez que a original possui todo o material necessário para um excelente narrativa. Também ponderou que pouco ajudaria tentar retratar um número grande de aventuras, uma vez que nunca conseguiria suprir tudo que o texto original de Cervantes continha.

A obra é claramente voltada para as crianças que ainda não tiveram acesso ao original, mas isso não impede que um adulto curta a aventura. Do risível e emblemático encontro com o moinho à cruel cena do linchamento, o álbum prende a atenção do leitor, fazendo-o entender um pouco mais do espírito da cavalaria.

O final é belo. Ao transformar o próprio Cervantes em personagem de sua história, Eisner demonstra que mitos e lendas, sejam eles autores ou personagens (Cervantes ou Quixotes), vivem séculos a fio na memória dos leitores e nas páginas de seus livros; e que uma boa história jamais morrerá e está apta a diversas interpretações.

Se há um ponto negativo é a falta de material explicando quando, onde e por quem a obra foi originalmente escrita. Como mencionado acima, a HQ é destinada a crianças e adolescentes e uma ficha ajudaria a situar a história. Nada que prejudique fatalmente a edição, uma vez que a narrativa de Eisner/Cervantes consegue ter voz e vida própria.

(retirado de Universo HQ em 02/04/2009)

HQ - Pequenos Milagres - Will Eisner





Pequenos Milagres (Minor Miracles) é uma publicação tardia de um álbum de Will Eisner que saiu originalmente em 2000. Também era um dos poucos títulos inéditos do mestre - que tem praticamente toda a sua obra lançada no Brasil, ainda que de forma esparsa, espalhada por casas editoriais como Companhia das Letras, Abril, Devir, Acme e L&PM.

O álbum repete o cenário de Avenida Dropsie - A Vizinhança, mas com uma ambição menor que a de mostrar a evolução de uma região de Nova York ao longo de décadas. Pequenos Milagres foca em contos singelos que Eisner teria ouvido de sua família. São meinsas (lembranças) escritas e desenhadas muitos anos depois da primeira vez que ouviu falar delas.

As quatro crônicas têm como premissa pequenos acontecimentos que, coincidência ou não, parecem mágicos. Ou milagrosos. E evidenciam que Eisner homenageou um dos maiores cronistas dos Estados Unidos: O. Henry, de quem de fato foi leitor e por quem é influenciado desde o Spirit, nos anos 40.

Pouco conhecido no Brasil, O. Henry é um escritor que, ao fazer do cotidiano sua matéria-prima, provou que a simplicidade pode ser absolutamente encantadora. E, em Pequenos Milagres, Eisner se mostrou um seguidor nato do mestre.

Com uma força narrativa ímpar, o texto de Eisner pega o leitor pela mão na primeira página e o conduz quadrinho a quadrinho, balão a balão.

Nem parece que se está lendo: o autor é um dos raros quadrinhistas que faz com que o leitor realmente mergulhe na história. Seus personagens têm voz, seus cenários têm cheiro e suas histórias têm alma.

Sinopse: O álbum reúne quatro histórias de pequenos milagres vividos pelo povo da Avenida Dropsie.

Em O Milagre da Dignidade, Tio Amos, um vagabundo espertalhão, explora Irving até levá-lo à falência.

Mágica de Rua mostra como Mersch, um rapaz esperto, usa a inteligência para escapar de uma surra.

Um Novo Garoto no Quarteirão traz um jovem abandonado que sequer fala inglês realizando grandes feitos na pequena vizinhança.

O Anel de Casamento apresenta a união de um jovem e improvável casal - um deficiente físico e uma surda-muda.

(retirado de Universo HQ)

28 de mar. de 2009

HQ - Spirit - Will Eisner





Em Junho de 1940 Will Eisner criou The Spirit, uma série de quadrinhos que passou a ser publicada em um jornal dominical. Eisner trabalhou como editor, mas também escreveu e desenhou a maioria das histórias. The Spirit era um dos nomes de Denny Colt, um homem que foi considerado morto, mas que na verdade vivia secretamente como um anônimo lutador no mundo do crime. As histórias abordavam uma larga variedade de situações: crime, romance, mistérios, horror, comédia, drama e humor negro.

Assim começa o artigo em português da wikipédia. Eu poderia escrever sobre a maior obra de Eisner por parágrafos e parágrafos... Mas não é esse meu interesse. Espero que se divirtam com as obras e saibam que já está nos cinemas (está? - eu não vou ao cinema) o filme The Spirit, deleitem-se com o trailer...



27 de mar. de 2009

HQ - O Edifício - Will Eisner




Sinopse: Uma história sobre a vida e morte de um edifício, por intermédio de quatros personagens que tiveram seus destinos unidos ao dele.

(retirado de Universo HQ)

HQ - O Complô - Will Eisner



Sinopse: Na forma de HQ, a gênese de uma das maiores e mais assustadoras farsas do anti-semitismo: Os Protocolos dos Sábios do Sião.

Em 1878, Maurice Joly escreve e publica O Diálogo no Céu e Inferno entre Maquiavel e Montesquieu. O que deveria ser um libelo contra o imperador francês Napoleão III, servirá, décadas depois, de base para os supracitados Protocolos, criados na Rússia pré-revolução de 1917.

A história apresenta ainda a luta incessante contra este instrumento da cultura do ódio ao longo do século XX. 

(retirado de Universo HQ)

Sobre esta obra, encontrei um comentário na net fazendo uma crítica à mesma. Aqui está o link. Eu, discordo. O Complô é a última obra de Eisner, perfeitamente compreensível e perceptível o motivo da obra causar a reação que causou no infeliz escritor do artigo apresentado. Óbvio que o artista não teve tempo hábil para lapidar o suficiente, o que era seu habitual, presenteando-nos com um trabalho mais visceral, mais para um rascunho final que para uma arte final. Como define o autor do artigo citado, na primeira parte da obra, encontramos um trabalho muito bem elaborado, desde seu layout até sua finalização. O que eu percebi chegando ao final da obra, foram páginas feitas para estarem lá como recado antes de ir embora. Se Will Eisner tinha alguma coisa para dizer em vida, deixou impregnado esse sentimento na parte me que nosso infeliz autor nominou de "chata pra caralho" .

Disponibilizo a obra, caro leitor, para que fique a vontade para ler e tirar suas prórpias conclusões. Também te agradeço se voltar aqui e opinar!

Espero que estejam gostando das HQs tanto quanto eu. Tenho relido todas as que posto, realmente tem sido um prazer disponibilizar este material.

Quero agradecer publicamente ao Eudes Honorato, do Rapadura Açucarada, ao pessoal do V de Vertigem... E a todos os loucos que tiveram coragem de destruir um gibi para escanear e nos presentear com essas pérolas de acesso à informação, sem ocupar espaço! :)

É isso!

Abraços,

Ronald

26 de mar. de 2009

HQ - A Metamorfose - Kafka, Kuper




''Ao acordar naquela manhã de sonhos perturbadores, Gregor Samsa viu-se transformado...'' A frase, imortalizada na obra-prima de Franz Kafka, ''Metamorfose'', ganha um releitura estética na linguagem dos quadrinhos através da adaptação de Peter Kuper, que chega este mês ao Brasil pela editora Conrad. 

Antes de mais nada é bom lembrar mais uma vez a história e importância da produção de Kafka. Nascido em Praga, em 3 de julho de 1883, o escritor viveu sob a influência da cultura tcheca, judia (herdada de seu pai) e alemã. O autor, formado em Direito, trouxe para seus contos o realismo e a metafísica em forma de críticas ácidas e irônicas ao sistema burocrático. 

Em ''Metamorfose'', Kafka destila angústia, opressão, medo e a dolorosa racionalidade de Gregor Samsa, personagem que acorda transformado em uma barata do dia para a noite. A história, que pode ser interpretada de diversas maneiras -Samsa poderia representar o dependente de drogas que é abandonado ou mesmo os marginais das grandes cidades-, é especialmente adorada pelos jovens, devido à intensidade com que o autor narra o período de mudanças e as consequências das mesmas de forma lúcida e muitas vezes cruel. 

Os contos de Kafka só foram reconhecidos como obra de um grande escritor após sua morte, em 1924. Agora, Metamorfose pode ser admirado com novos contornos visuais, através dos traços expressionistas de Peter Kuper, expoente dos quadrinhos norte-americanos. Kuper sempre buscou inovações estéticas na arte-sequencial mas ganhou notoriedade através do sucesso comercial de suas tiras ''Spy vs Spy'', publicadas na revista MAD. 

Em meados de 90, o quadrinhista surpreendeu com um dos melhores álbuns da década. ''The System'', lançado pelo selo Vertigo Verité, da DC Comics, foi todo produzido em enormes quadros, gerados com o auxílio de um aerógrafo, transpostos para as páginas da revista. Com isso, a história, que não tem balões, é toda narrada como se fosse pichações feitas com spray em muros, como vimos em todas as grandes cidades. Em ''The System'' (''O Sistema'', publicado no Brasil pela editora Abril) Kuper trouxe à tona a violência, a corrupção e todo o lado negro de uma metrópole da ''liberdade e oportunidade'', como Nova York. 

Depois disso, Kuper passou a se dedicar ao projeto de Kafka, a quem admira muito. O resultado é a simbiose perfeita entre texto e imagem. As deformações a que Kafka impõe à realidade através das palavras perdem um pouco de força mas, em compensação, a sufocante experiência de Gregor Samsa é levada ao extremo, em preto-e-branco e no clima tosco e hostil que Kuper estiliza em desenhos que muitas vezes buscam a xilogravura. 

Kuper não só instiga os novos leitores a conhecerem o livro original como aproveita também para utilizar algumas técnicas da nona arte para complementar as imagens sugeridas por Kafka, um presente aos fãs que já apreciam a obra do escritor. Os balões de falas indicam o estado emocional e a rispidez com que os personagens conversam; contornos são compostos por palavras quando a ansiedade de Samsa aumenta; o tempo e o espaço são destruídos e construídos em quadros para demonstrar confusão e a sempre incômoda condição da barata é impregnada em cada página da revista através de expressões faciais e corporais. 

(retirado do Bonde)

HQ - O Sétimo Suspiro do Samurai - Adam e Micol





Sinopse: No começo da Era Edo, o hábil samurai Toho Daisuke termina seu treinamento, mas enfrenta um sério dilema: pelo que ouve falar, mas sem muita certeza, seu pai é tido como um covarde. Então, ele precisa decidir se abandona o nome ou entra em uma jornada para limpá-lo.

Logo de cara, reencontra sua irmã, que vai se casar com um homem rico, mais velho, que se dispõe a adotá-lo. Mas o sujeito pode não ser o que aparenta.

(retirado de Universo HQ)

HQ - Elektra Assassina - Miller e Sienkiewicz





Sinopse: A Besta (líder supremo do Tentáculo) domina o corpo do candidato à presidência dos Estados Unidos, e a única pessoa que pode impedi-la é Elektra Natchios.

Deveria ser obrigação de todo leitor de quadrinhos conhecer este clássico da nona arte.

(retirado de Universo HQ)

25 de mar. de 2009

HQ - Avenida Dropsie - Will Eisner





Sinopse: Em 1870, surgem as bases daquela que será a Avenida Dropsie. A história acompanha o crescimento, o apogeu, a queda e a ressurreição de uma rua no sul do Bronx, nos subúrbios de Nova York.

(retirado do Universo HQ)

HQ - Um Contrato com Deus - Will Eisner





Sinopse: Nos anos 30, um cortiço no bairro nova-iorquino do Bronx é palco dos dramas de seus moradores. O livro é composto por quatro contos:

Um Contrato com Deus narra a história de um bom homem que se sente traído por Deus ao perder sua filha única. Nos anos que se seguirão, ele tentará um ajuste de contas com o Criador.

O Cantor de Rua mostra as desventuras de um náufrago urbano: um alcoólatra que canta nos becos em troca de esmolas e que, ao se deparar com uma carente ex-cantora lírica, pensa ter tirado a sorte grande.

O Zelador conta como um destes profissionais, aparentemente tão insensíveis como um rochedo, acaba sendo dobrado pelo mais improvável dos seres.

Cookalein é um painel dos encontros e desencontros de várias pessoas que se cruzam nos hotéis baratos onde a classe operária passava suas férias.

(retirado do Universo HQ)

Para quem conhece a obra de Eisner, esta é mais uma jóia.