
Sinopse: Quando o terrível Sumanguru poupou da morte o pequeno príncipe coxo, dizimando o resto do Mali e instaurando um reinado de trevas, não podia imaginar que, anos mais tarde, aquela criança se tornaria um bravo guerreiro. O valente Sundiata será o único homem capaz de liderar um exército para enfrentar as forças do mal e erguer uma nação pacífica.
Embora muito se compare a linguagem dos quadrinhos à do cinema, Sundiata está mais para teatro épico (perfeitamente condizente com a natureza da história em questão). Por ser uma obra voltada para o público infantil e uma lenda antiga, não espere profundas análises introspectivas.
Num reforço ao caráter teatral da obra, há "interpretações" tão precisas dos personagens que é possível entender o essencial só de ler as figuras, descartando as palavras. Essa capacidade de contar histórias através de "imagens pictóricas e outras justapostas em seqüência deliberada" (como define os quadrinhos Scott McCloud, de Desvendando os Quadrinhos, deixando claro que as palavras não são, nem nunca foram, indispensáveis a essa arte, não sendo ela, portanto, um subgênero literário), aliada a uma impecabilidade no trato com a forma, faz de Eisner o "profeta" dos quadrinistas.
A história opõe elementos chaves do gênero humano (com o maniqueísmo que esse tipo de lenda demanda), como arrogância e humildade, tirania e liderança e outros. A personalidade dos antagonistas fica patente por suas feições e expressões, sendo o mocinho o de semblante calmo e traços leves e harmônicos.
Isso não é um defeito, claro. É apenas um modo simples (e deveras eficaz) de apresentar já de início as personagens e suas intenções aos leitores mais jovens, que são o público original. E obviamente não impede que um pai ou irmão mais velho, interessados em quadrinhos, venham a ser introduzidos ao trabalho de Eisner.
(retirado de Universo HQ em 02/04/2009)
Caro Amigo Ronald, muito me orgulha ver você escrevendo sobre Eisner coisa que eu não teria coragem. Como colecionador e fã aficcionado de quadrinhos, sou obrigado a "corrigir" um comentário seu Will Eisner não é um Moisés dos quadrinhos, seria para nós fãs como o próprio Yhavé. Lembrando que o maior dos prémios dado a um quadrinho tem este nome: Will Eisner...
ResponderExcluirParabens Pelo BLOG!
Então Franz, refletindo acerca do seu comentário, reescrevi para melhorar o sentido. Sim, Eisner foi um mestre e tanto, felizmente nos deixou uma obra extremamente eloqüente sobre quadrinhos... O cara era um gênio. Incomparável. Por isso meio que dei preferância para ele agora no inicio das postagens de HQs... Mas ainda tem muita coisa boa pela frente...
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