2 de jan. de 2009

A re-forma hortográphica

Muito tenho ouvido e lido sobre a tal da "reforma ortográfica", onde o trema sucumbe e os acentos de "algumas" palavras tombam.

Encontrei um ótimo texto, que reflete minha opinião, escrito pelo Dr. Roberto Macedo. Aqui.

Inclusive, foi tal texto que motivou à vir aqui. Sempre apanhei do português. Ô idioma complexo. As regras de gramática existem para sustentar excessões. Igualzinho as leis no Brasil. O idioma é lindo, aprecio o português. Mas fico imaginando um indivíduo lusitano no metrô de São Paulo. Português? Não, lá se fala outra língua.

Aos amigos de portugal, se por acaso aqui chegarem, me digam se há conhecimento das palavras listadas abaixo e se fazem algum sentido para vós. Realmente isso muito me deixa curioso, agradeço muito sua participação. Todas foram tiradas do mapa da rede, aqui.

Jabaquara
Moema
Tucuruvi
Anhangabaú
Itaquera
Itaquaquecetuba
Tietê
Pacaembú

Amigos lusitanos, essas palavras lhe são conhecidas? Há sentido ou significado nelas para vós?

Ahhhhhhhh... Como dizem os acadêmicos, o "advento" da internet me deu a oportunidade de ver filmes dublados em português de Portugal. Descobri que não falo português. O idioma falado no Brasil é qualquer coisa, menos português.

Nosso país é único. Aqui, vejo judeus e palestinos convivendo lado a lado. Vejo japoneses e chineses no mesmo bairro. Vejo mendigos e empresários. Acredito que em vez de uma reforma ortográfica inútil e imbecil, o Brasil deveria fazer uma reforma interna como país e como sociedade, em vez de copiar modelos falidos, tanto o europeu como o norte americano. Deveria se impor, inventar, não copiar. Somos criativos por natureza, haja vista nossa cultura. E também devemos nos levar mais à sério. Mas não é o que acontece e infelizmente, duvido que viva para ver acontecer.

Afinal, qual o objetivo da humanidade?

8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bom... acredito que é até uma questão a ser esclarecida ao grande público. As palavras que você exemplifica não são de origem portuguesa, são palavras de origem indígena, logo, não valem como argumentação para o português.
    Outro ponto em questão, estas palavras são nomes próprios e, para mim, também não fazem o menor sentido. Será que teríamos uma língua do Rio de Janeiro e uma de São Paulo? Na minha cidade há um local chamado Carambita (nome indígena), mas não há em outras cidades este nome. Será que temos uma língua em cada cidade do país?
    Com relação à reforma, também acho besteira. Muito esforço por nada, ou muito pouco. Para não ser repetitivo, eu deixo claro o que penso sobre a reforma ortográfica nessa postagem:

    http://falandodelingua.blogspot.com/2008/11/com-trema-sem-trema-continuamos.html

    Foi legal poder ajudar a esclarecer esta questão. Disponha sempre.
    Abraços

    Marcelo Leite

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  3. Parabéns pelo texto. O português e o Brasileiro são dois idiomas distintos, tanto que pra maioria absoluta dos brasileiros é impossível entender um português. Sou brasileira e falo brasileiro. Não considero o português como MEU idioma. As línguas faladas nos dois lados do atlântico divergiram seguindo um processo de evolução completamente diferente e separado. Vários lingüistas defendem a separação de nosso idioma, escritores como Mário de Andrade, José de Alencar, Oswald de Andrade etc defenderam o idioma brasileiro. O português e o brasileiro na fonética, no léxico, na morfologia são basicamente opostos. Eu não me incomodo quando dizem que falo brasileiro, pelo contrário, fico muito feliz.

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    "A lei da evolução, de Darwin, estabelece que duas populações de uma espécie, se isoladas geograficamente, separam-se em duas espécies. A regra vale para a Lingüística. "Está em gestação uma nova língua: o brasileiro", afirma Ataliba de Castilho. Há quem seja ainda mais assertivo. "Não tenho dúvida de que falamos brasileiro, e não português", diz Kanavillil Rajagopalan, especialista em Política Lingüística da Unicamp. "Digo mais: as diferenças entre o português e o brasileiro são maiores do que as existentes entre o hindi, um idioma indiano, e o hurdu, falado no Paquistão, duas línguas aceitas como distintas." Kanavillil nasceu na Índia e domina os dois idiomas."
    http://brasiliano.wordpress.com/2008/04/21/falamos-a-lingua-de-cabral/
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    "No meu modo de ver as coisas, já é possível considerar o português do Brasil como uma língua românica de status igual ao do francês, do italiano, do espanhol etc.[…] Nenhuma língua, enquanto tiver gente falando ela, pode resistir às mudanças que ocorrem em suas estruturas com o tempo. Assim, passados 500 anos, tanto a língua de cá quanto a língua de lá se modificaram, cada uma delas numa direção, exibindo diferenças nessas mudanças, fazendo opções diferentes, escolhas diferentes. E a tendência, como indica o desenho, é à diferenciação sempre maior com o decorrer do tempo." Marcos Bagno -lingüista
    http://brasiliano.wordpress.com/2008/04/25/de-%E2%80%9Cque-pais-que-povo-que-lingua%E2%80%9D/
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    "O português e o 'vernáculo'(a língua falada pelos brasileiros) são, é claro, línguas muito parecidas. Mas não são em absoluto idênticas. Ninguém nunca tentou fazer uma avaliação abrangente de suas diferenças; mas eu suspeito que são tão diferentes quanto o português e o espanhol, ou quanto o dinamarquês e o norueguês. Isto é, poderiam ser consideradas línguas distintas, se ambas fossem línguas de civilização e oficialmente reconhecidas." Mário Perini-lingüista http://brasiliano.wordpress.com/2008/04/20/as-duas-linguas-do-brasil/
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    "É uma violência inútil ajeitar-se uma idéia a um molde inadequado que a comprime, que a machuca, que a deforma, somente porque esse molde assentava bem a essa idéia há 100 anos passados.É martírio para a mocidade que aprende e humilhação para o mestre inteligente que ensina, esse bilingüismo dentro de um só idioma – essa unidade exterior, de superfície, de duas línguas que se repelem, a língua que falamos e a língua que escrevemos. [...]Nós, no Brasil, presos à gramática "portuguesa", somos vítimas de uma desintegração dolorosa de nós mesmos. [...]A língua brasileira, já ninguém discute isso, diverge da portuguesa;" Mário Marroquim-lingüista
    http://brasiliano.wordpress.com/2008/09/01/ensinar-portugues-ou-estudar-o-brasileiro/
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    Sabe aquela história de que falamos português? Pois bem, segundo o lingüista Nicolau Leite, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo aquilo não passa de nhenhenhém. Como nossa língua pode ser portuguesa se ela é formada por 30 000 vocábulos indígenas e mais de 3 000 palavras trazidas pelos escravos africanos do tronco banto? Nicolau Leite acha que nosso idioma é mesmo o brasileiro e que é absurdo tentar unificar as línguas com normatizações. O português, no fundo, foi só a casa de fundação da nossa língua, que recebeu e continua recebendo influências de todos os lados, afirma.
    http://brasiliano.wordpress.com/2008/04/19/lingua-do-brasil/
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    "Assim como o Português saiu do Latim, pela corrupção popular desta língua, o Brasileiro esta saindo do Português. O processo formador é o mesmo: corrupção da língua mãe." Monteiro Lobato
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    A nossa gramática não pode ser inteiramente a mesma dos portugueses. As diferenciações regionais reclamam estilo e método diversos. A verdade é que, corrigindo-nos, estamos de fato a mutilar idéias e sentimentos que nos são pessoais. Já não é a língua que apuramos, é o nosso espírito que sujeitamos a servilismo inexplicável. Falar diferentemente não é falar errado. A fisionomia dos filhos não é a aberração teratológica da fisionomia paterna. Na linguagem como na natureza, não há igualdades absolutas; não há, pois, expressões diferentes que não correspondam também a idéias ou a sentimentos diferentes. Trocar um vocábulo, uma inflexão nossa por outra de Coimbra é alterar o valor de ambos a preço de uniformidades artificiosas e enganadoras. (1921: 8-9) João Ribeiro -lingüista http://brasiliano.wordpress.com/2008/09/01/ensinar-portugues-ou-estudar-o-brasileiro/

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  4. Assim como o português, o francês o Italiano, espanhol nasceram do latim, a pretensa língua brasileira nasceu do português. Mas não creio que exista um idioma brasileiro, pelo menos agora, pode ser que daqui alguns séculos isto venha acontecer, é difícil prever. Creio que hoje é muito mais difícil nascer um novo idioma, assim como nasceram às línguas românicas. Os tempos são outros, hoje o mundo é uma aldeia, e o intercâmbio cultural entre os paises que possuem um mesmo idioma fortalece o ideal de mantê-lo único. As palavras que citou como sendo “brasileiras” são indígenas, e se eu disser: (- Vou a Jabaquara), para qualquer português que tenha acabado de chegar ao Brasil, ele entenderá perfeitamente que vou a algum lugar chamado “Jabaquara”. Partindo de seu ponto de vista, devemos concluir que existe um idioma norte americano, pois o inglês falado nos EUA, também, e diferente do inglês britânico. E de acordo com o seu ponto de vista, se um norte americano disser ao um inglês (San Francisco – San Diego – San Jose – Los Angeles) ele também não saberia, pois não são palavras inglesas mas sim espanholas, e se disser: Alabama, Connecticut, Kansas, Kenntucky, e de tantos outros estados norte americanos, um inglês não saberia, pois são palavras indígenas. E ainda cada país da América hispânica também teria uma língua própria, pois o espanhol falando em cada um, é diferente entre si e diferente do espanhol da Espanha.

    Desculpe-me, mas este seu argumento não cola.

    Olivério

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  5. Olivério, não entendi pq meu argumento não cola. Você retratou exatamente o que penso sobre outros idiomas. Inglês nos Estados Unidos? Não, lá deveria ter outro nome. Cada lugar tem seu dialeto próprio. Apenas não os reconhecemos, preferimos enfiar tudo dentro de uma denominação mais abrangente.

    Vamos ver agora seus argumentos:

    "Os tempos são outros, hoje o mundo é uma aldeia, e o intercâmbio cultural entre os paises que possuem um mesmo idioma fortalece o ideal de mantê-lo único."

    No meu mundo, 50% da população mundial nunca utilizou um telefone, quiçá sabe o que é cultura. Você já assitiu algum filme ou programa televisivo português? Ou já leu algum autor português atual, como José Saramago? Eu percebi que há diferença na maneira como se estrutura as idéias. Isso torna o idioma completamente diferente. E acredito que seja motivo para "ganhar" uma nova denominação.

    Agradeço muito sua visita e seu comentário! Espero que aprecie o blog!

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  6. Olá Ronald. Desculpe pelo “não cola”, foi só para terminar, e provocar uma resposta sua. Mas vejamos, vc disse que eu retratei exatamente o que pensa sobre outros idiomas, não creio, o fato da incorporação de palavras de origem indígena ao português no Brasil, ao inglês nos EUA, e palavras aborígines ao inglês na Austrália, e assim por diante, não os tornam idiomas diversos de sua matriz. Como vc deve saber, o português é o terceiro idioma ocidental, mais falado no mundo, ficando atrás apenas do inglês e do espanhol. A diferença que é o único dos grandes idiomas falados por vários países, a possuir duas ortografias. O inglês pode ser falado diferente em cada um dos países que o tem como língua oficial, no entanto, a sua grafia é única, assim como também o espanhol e o francês. A preocupação de nossos acadêmicos é exatamente esta, que tenhamos uma só grafia. Isto é importante, ninguém quer unificar a maneira de falar, mesmo porque seria impossível.

    Vc falou em dialeto. Mas o que é um dialeto? Dialeto, é apenas a forma como uma língua é praticada em uma região específica, e divide-se em variedades abrangentes ou específicas. Como abrangentes podemos citar o português do Brasil e português europeu, e específico o transmontano. Temos sim, é claro, uma maneira diferente de praticarmos o português, isto contudo não é suficiente para que tenhamos uma língua autônoma, pois pelos critérios: compreensão mútua, e o da existência de um corpus linguístico comum, fazemos parte de um mesmo idioma.

    Quando criança, eu acreditava que deveríamos ter uma língua brasileira, isto era orgulho, era revolta por termos sidos colonizados por Portugal. Era um revanchismo, uma desforra, por aquilo que julgava ter sido uma humilhação. Não fossem os portugueses, teriam sido os espanhóis, ou os ingleses, ou os franceses. Hoje penso diferente, um idioma só nosso, não nos fará melhores, um idioma único nos fortalece, facilita o intercâmbio entre povos, que embora distintos são unidos pelo mesmo idioma.

    No meu modo de ver, quanto menos idiomas houvesse ou quantos mais fossem parecidos melhor seria.

    Não conheço a Europa, mas conheço os EUA e parte da América do Sul. Meu inglês é bem sofrível e o pouco que sei é britânico, mas mesmo assim é possível entender o americano, é só educar o ouvido e entender que twenty é “tueni” que thirty é “teri” ou que forty é “fori”. E na América Hispânica com um pouco de boa vontade, conseguimos nos entender num portunhol.

    Pense bem, se o latim não houvesse evoluído para o espanhol, o francês, o italiano, o português, e o romeno, mas sim para um único idioma, hoje faríamos parte de uma imensa comunidade, com facilidade de acesso a um fantástico acervo cultura. É isto que defendo, a unidade da língua, muito mais fácil de se manter agora do que outrora.

    E a propósito de, cultura, embora, segundo vc, 50% da população não saiba o que é isto, eles fazem parte de uma cultura e produzem cultura.

    Desculpe por me alongar e obrigado pela oportunidade de me expressar.

    Abraços

    Olivério

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  7. Olá a todos, venho acompanhando o blog e ao ler o post e os comentários não consegui me conter.

    Concordo em alguns pontos com alguns comentários, mas algumas coisas me parecem estranhas.

    Pensar que a reforma ortográfica é desnecessária é fácil porque ela realmente é desnecessária, feita por motivos econômicos disfarçados de culturais e políticos, porém aos olhos nús nos parece mesmo benéfica. Porém nos proponho nos atentarmos exatamente as questões culturais (citadas acima); A língua é parte formadora da cultura de um povo, mas sendo ela estrangeira remonta a uma identidade com aquilo que é esterno, valorizar o nacional mesmo que esse nacional seja um amalgama de outras culturas (lingua falada no Brasil) no meu ver, não é revanchismo é extremamente pertinente quando vemos que o que nos falta como país é exatamente uma unidade cultural, com tantos, judeus, muçulmanos, japoneses, chineses e tantos outros no nosso país, o povo brasileiro esquece-se de ser brasileiro... vemos isso quando procuramos relacionar nossa origens... nunca exaltamos o nacional e sim a ascendência européia...

    O mundo hoje é desigual e o Brasil também é multiplo e o Brasil também, unificar a forma de escreve no Brasil com a dos outros países que utilizam o Português não trará unidade alguma a esses povos, visto que são extremamente diferentes, se utilizarmo-nos do advento da língua integradora voltaremos ao esperanto que não funcionou!

    Sou a favor da unidade sim, mas da indentidade antes... não posso ser um cidadão do mundo sem saber que antes disso sou Brasileiro, inserido em uma cultura e produzindo cultura... mas como Brasileiro..

    E continuemos então em busca de uma identidade nacional, que só vemos em copa do mundo, pois nem língua nos temos, falamos a dos outros.

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  8. Since the Brazilians are so fond of English, or shall I say 'American' then I will write in American, or shall I say 'English.'

    This whole discussion is simply stupid! There is a Brazilian language and it is called, get ready, "Portuguese." Are you shocked?

    In Cuba they speak a very distinct Spanish in terms of vocabulary, phonology, structure, even grammar etc., But it is still called 'Spanish.' At first a Spaniard might have some trouble catching all of the Cuban phraseology, but after a week or so there, intelligibility between a Cuban and a Spaniard would be very close to perfect, if not 100%.The same for American/British English, Quebecois/continental French, etc.

    Brazilians, if if wasn't the Portuguese, another European power would have colonized you. Be proud to have Portuguese as your language because it is beautifully suited to your culture and temperament, and also perfectly suited for your wonderful soccer, Samba and Bossa Nova.

    Additionally, your Portuguese language gives you a head and shoulders advantage over the French, Italian and Romanian speakers when it comes to understanding your very close brother language Spanish. Portuguese is still by far the closest modern romance language to Spanish. Be happy that you speak Portuguese!

    I know lots of Portuguese people. They are everywhere in the world, extremely hard working, family oriented, and very well liked.
    The Portuguese language is your inheritance - everyone loves the particular way you speak it.

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